Na quinta-feira, 10/03/11, a Folha de São Paulo publicou uma interessante matéria no caderno "Ilustrada" sobre a fita K7 e seus colecionadores apaixonados. Confesso que a reportagem me surpreendeu...eu não imaginava que a fita K7 ainda tinha seguidores, ou sequer que tivesse sobrevivido ao tempo.
Eu começei a ouvir rock nos anos 80, quando viviamos com uma inflação altissima, que tornava muito dificil conseguir comprar LPs. O preço de manhã era um, a tarde era outro. Eu conseguia comprar no máximo 1 LP por mês, e passava o mês inteiro ouvindo o disco, do inicio ao fim, decorando as letras, os detalhes dos encartes e gravando as músicas favoritas em fitas K7 BASF amarelas ou nas Scoth transparentes.
Nessa época, ainda não tinhamos o CD e os albuns eram vendidos em 2 formatos: LPs e K7s. Mas eu nunca tive uma fita K7 original. Nunca vi atrativos neste produto. A começar pelo preço: lembro-me que o preço do K7 era basicamente o mesmo do LP, e era algo que eu achava um absurdo....afinal, como podia
um produto com acabamento bem inferior (como comparar a arte gráfica de um LP de capa dupla, com encartes, letras, etc...com uma embalagem pequena como da fita K7???) custar o mesmo preço?
E quando a fita K7 saia do carretel e enrolava no cabeçote? Manter a fita sempre rebobinada era difícil.
E o sistema de passagem de uma música para outra na fita K7 ? Avança, para, escuta, para, volta, escuta. Quem tinha paciência pra isto?
Então, li a reportagem e fui conferir algumas coisas...e realmente, na amazon, há um box dos Beatles com fitas K7 por cerca de U$ 1.000,00. Mas não há relançamentos das gravadoras neste formato, o que explica o alto preço do produto para colecionadores. É um produto raro, apesar da qualidade discutível.
Já o vinil está de volta, com força total, remasterizados, com uma qualidade sonora impressionante, sendo relançado em caixas bonitas, com discos de 180 gramas, que não empenam como aqueles discos nacionais ridicularmente finos que tremiam no toca-discos.
Mas falar na volta do K7...será que volta? Nesta onda retro, daqui a pouco o VHS está disputando lugar com o Blu-Ray.
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