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quarta-feira, março 30, 2011

Supertramp - Breakfast in the Quietest Moments




Li no blog "Collector's Room" - ver link ao lado - a notícia sobre o lançamento da edição super deluxe do disco "Breakfast in America" do Supertramp, no Brasil, pela Hellion Records. Este foi o disco de maior vendagem e sucesso comercial do Supertramp, cheio de clássicos como a faixa título, Take the long Way Home e a absurdamente fantástica The Logical Song. 

Apesar disto, este não é meu album favorito da banda. Não. Meu favorito é "Even in the Quietest Moments", brilhante, sensível, trágico, alegre e emocionante. Conhecido como o disco do piano quebrado.

Eu tenho o BiA em LP e CD, não pretendo comprar o box. Mas compraria com certeza uma edição deste estilo do EitQM. O disco começa com Give a Little Bit, que tem uma das melhores aberturas acústicas no universo Rock, graças a combinação mágica dos acordes maiores D, G e A. Uma música alegre e vibrante, forte e viva, com os belos vocais do Roger Hodgson. Contrasta com a seguinte, Loverboy, uma balada melancólica do Rick Davies. Segue-se então a extraordinária faixa título, mais uma vez com todo o lirismo do Hodgson, que lembra a abordagem do Led Zeppelin em Babe Im Gonna Leave You. O lado A do LP fecha então com outra música depressiva, que ficaria ótima como tema para a capa do In Through the Out Door, também do Led. Apenas Davies, seu piano e suas lamúrias. O Lado B abre com Babaji, outra obra prima da banda. Uma música magistralmente conduzida pela mão esquerda do piano. Depois temos outra balada de Rick Davies, desta vez com letra e música mais bem humoradas. Quem não se sente arrasado na segunda-feira de manhã no escritório, olhando para as mesmas caras de sempre? E então o grand-finale...a peça Fool's Overture, com toda uma abordagem clássica, meio Saint-Saens, com discurso do Churchill, mudanças de tempo, harmõnias e tonalidades. Certamente o Supertramp é uma das influências do Dream Theater. 

Enfim, o disco do piano quebrado é fantástico, um dos melhores da história do prog rock, art-rock, ou simplesmente, o bom e velho rock. E não se esqueçam de ouvir também o Crime of the Century, Crisis, Breakfast, Paris e Famous Last Words. E foi uma pena que a banda acabou.

Steve Vai...E eu fui (BH, 2007)




Achei este review que escrevi sobre o show do Steve Vai, em 2007. Mandei na época para alguns amigos por email, e esqueci de postar....assim, com alguns anos de atraso: Steve Vai...E eu fui.

Chegamos eu e um amigo, Marcelo, no FreeGells, em torno das 22:00. A casa iria abrir as 21:00 e o show iria começar as 22:30. Mas para nossa surpresa, havia uma fila imensa para entrar, dando volta no quarteirão. A abertura dos portões tinha atrasado e a entrada na casa estava muito lenta. Lá pelas 22:30, nós ainda na fila, chega um segurança da casa dizendo que quem tinha ingresso de cadeira podia entrar direto, pela entrada dos camarotes. Lá fomos nós.

A casa mostrou-se muito pequena para o show do Vai. O lugar estava lotadissimo, com a pista completamente tomada. No nivel superior, entretanto, onde ficavam as cadeiras, haviam algumas mesas disponiveis. Estimo umas duas mil pessoas presentes, lotando o lugar. O público, no geral, era homem, de uns 25 a 50 anos.

Lá pelas 23:00 o show começou. Vimos o show de cima, em uma mesa bem posicionada, e bem próxima do palco. Um palco alias, pequeninissimo, pq a casa realmente não tem espaço. A banda entrou junta, fazendo barulho, aqueles tradicionais ruidos que o Vai tanto gosta. Ele, mascaradissimo, num sobretudo preto, estilo Matrix, mas todo decorado e purpurinizado. O tempo todo fazendo caretas, dando passinhos, contorcendo o corpo numa dança esquisita e com os cabelos esvoaçantes na frente do ventilador.

Mas ai o cara começou a tocar, entremeando aquelas músicas experimentais esquisitas com outras mais tradicionais e melodicas. E o cara é phoda, phoda, phoda. A banda também muito bem entrosada, também fazendo os passinhos de dança e caretas no palco.

O show teve clássicos como Tender Surrender, Answers, Juice, entremeadas por momentos solos de todos os músicos da banda, enquanto o Vai saia para mudar de roupa. Ele trocou de roupa umas 5 vezes, e houve até momentos de comédia estilo show de auditório, tipo quando o baterista, com um kit dependurado no corpo, com uma caveirinha na ponta, ficou tocando em pé, do lado do Vai. Qdo o Vai perguntou para ele o que era aquilo, ele disse que o monstrinho se parecia com ele, com aquele rosto fino. O Vai retrucou e ele disse que a Britney Spears estava procurando um novo baterista.

Bom, o show durou umas duas horas e quarenta minutos e fechou com a clássica For The Love of God, estendida e improvisada ao extremo, com duetos de guitarra e violino. Um ótimo show, no fim das contas.

Acabou o show, fomos saindo quando vimos uma aglomeração na saida dos camarins, que ficava neste nivel das cadeiras, no segundo piso, do nosso lado e resolvemos ficar por ali, pra ver o que rolava. Nisto, conheci o Marcus Vianna, que tb estava ali, querendo conhecer o Vai. E fomos ficando por ali, eu, o Marcelo, o Marcus Viana e mais umas 5 pessoas, no máximo, até que o Vai e a banda sairam e passaram por nós. Mas ninguem parou para dar autografo ou tirar fotos, simplesmente foram em frente. Quando o Vai passou do meu lado eu aplaudi, ele acenou, e foi. Fomos saindo atrás, como se fossemos membros da comitiva, foi muito legal. Ele parou na porta da van que já estava em cima do passeio, acenou para o povo que estava do lado de fora cercando a van, voltou 2 passos, quase pisou no meu pé, entrou na van e partiu.

E assim foi o Vai. 


sábado, março 19, 2011

A Volta do K7 (???)

Na quinta-feira, 10/03/11, a Folha de São Paulo publicou uma interessante matéria no caderno "Ilustrada" sobre a fita K7 e seus colecionadores apaixonados. Confesso que a reportagem me surpreendeu...eu não imaginava que a fita K7 ainda tinha seguidores, ou sequer que tivesse sobrevivido ao tempo.

Eu começei a ouvir rock nos anos 80, quando viviamos com uma inflação altissima, que tornava muito dificil conseguir comprar LPs. O preço de manhã era um, a tarde era outro. Eu conseguia comprar no máximo 1 LP por mês, e passava o mês inteiro ouvindo o disco, do inicio ao fim, decorando as letras, os  detalhes dos encartes e gravando as músicas favoritas em fitas K7 BASF amarelas ou nas Scoth transparentes.

Nessa época, ainda não tinhamos o CD e os albuns eram vendidos em 2 formatos: LPs e K7s. Mas eu nunca tive uma fita K7 original. Nunca vi atrativos neste produto.  A começar pelo preço: lembro-me que o preço do K7 era basicamente o mesmo do LP, e era algo que eu achava um absurdo....afinal, como podia
um produto com acabamento bem inferior (como comparar a arte gráfica de um LP de capa dupla, com encartes, letras, etc...com uma embalagem pequena como da fita K7???) custar o mesmo preço? 

E quando a fita K7 saia do carretel e enrolava no cabeçote? Manter a fita sempre rebobinada era difícil.

E o sistema de passagem de uma música para outra na fita K7 ? Avança, para, escuta, para, volta, escuta. Quem tinha paciência pra isto?

Então, li a reportagem e fui conferir algumas coisas...e realmente, na amazon, há um box dos Beatles com fitas K7 por cerca de U$ 1.000,00. Mas não há relançamentos das gravadoras neste formato, o que explica o alto preço do produto para colecionadores. É um produto raro, apesar da qualidade discutível.

Já o vinil está de volta, com força total, remasterizados, com uma qualidade sonora impressionante, sendo relançado em caixas bonitas, com discos de 180 gramas, que não empenam como aqueles discos nacionais ridicularmente finos que tremiam no toca-discos.

Mas falar na volta do K7...será que volta? Nesta onda retro, daqui a pouco o VHS está disputando lugar com o Blu-Ray.