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domingo, maio 23, 2010

Ronnie James Dio







No domingo, 16/05/2010, morreu Ronnie James Dio. Eu não vou escrever aqui sobre a carreira de Dio, pois já temos diversas referências e boas fontes na web. Vou somente deixar registrado neste blog algumas palavras sobre este grande artista e como ele, mesmo sem saber, me influenciou musicalmente.

Dio era o Elvis Presley do Heavy Metal, o que já era legal, pois Elvis nunca foi pesado. E mesmo não sendo um cantor paparicado como Michael Jackson, para ter diversas reportagens, capas de revistas e ampla cobertura da imprensa pelo seu falecimento, Dio significou muito mais para a música.

Eu comecei a ouvir rock bem cedo, com Beatles, Elvis, Stones, The Who, Queen, Supertramp, Alan Parsons e Pink Floyd. Mas somente em 1983 começei a ouvir Heavy Metal, quando o Kiss veio ao Brasil, trazendo toda a publicidade - boa e má - sobre o estilo. Depois do Kiss, conheci o Led Zeppelin. E então uma banda leva a outra, e um colega de escola grava uma fita K7 Basf amarela com Deep Purple, AC/DC, Judas Priest e pronto, você se torna fã para toda a vida.

E faltava ouvir o famigerado Black Sabbath. "Eles são do Demo", me diziam. Na época, eu tinha uma resistência e impressão negativa sobre o Black Sabbath, pois sempre fui católico, com toda a familia tradicional católica, e aquelas capas e letras com demônios me incomodavam. Não iria colocar hinos ao demo dentro de minha casa. Mas então, em algum momento de 1984, escutei o excepcional LP duplo ao vivo "Live Evil" e Dio me convenceu. Não, Dio não poderia ser do mau.

Desde aquela época, eu já gostava de uma lista, e Dio já começou como um dos meus Top 5 vocalistas do mundo, junto com Elvis, Freedie Mercury, Rob Halford e Robert Plant.

E fui comprar um "Live Evil" para mim também, assim como os excelentes "Heaven and Hell" e "Mob Rules". E então eu queria ter mais Dio, e fui atrás dos primeiros Rainbow. Fiquei eufórico quando foi lançado no Brasil o disco "Holy Diver", que até hoje é um dos 5 melhores discos de Heavy Metal que já ouvi. Além de Dio, o disco mostrou ao mundo o incrível guitarrista Vivian Campbell, outra de minhas influências guitarristicas.

E como já comentei neste blog, em um post anterior, tive o prazer de ver Dio cantar ao vivo em BH, junto com o Heaven and Hell, apenas um outro nome para o consagrado Black Sabbath, no que seria o seu último show no Brasil.

E para finalizar, incluo as palavras de Hilda Butterheart, outra fã, sobre o mestre.

Quem nao quiser ouvir lamurias...deletar email agora mesmo....

Eu cresci numa familia religiosa. Ouvi minha mãe falar a vida inteira: "nos momentos dificeis temos que segurar na mão de Deus". E eu pensava comigo: "nos momentos difíceis eu seguro na mão do Dio".

Escutei sua voz pela primeira vez no programa do Marcelo Nova, num domingo a noite, quando eu tinha 13, 14 anos de idade...era "Man on the Silver Mountain" e eu delirei em tudo no som, mas a voz realmente chamava atenção. Monstruosamente linda. E foi assim que eu conheci Rainbow, Sabbath na melhor fase e sua carreira solo maravilhosa.

Foi assim tambem que eu ganhei a gastrite que me acompanha até hoje: deixando de almoçar pra juntar o dinheiro pra comprar os CDs. Toda sexta era aquela alegria a caminho da galeria do rock. Apesar da dor de estomago, nao me arrependo, porque as dores que a musica do Dio ajudou a aliviar eram infinitamente mais intensas.

A facu parece uma parede intransponivel? Computer God na veia. Seus pais brigam ate quase se matarem? One Night in the City berrada no ouvido. O trampo é um saco, o chefe é carrasco e o salario uma m&rd@? Tarot Woman é um alivio. Fim de namoro? Straight Through the Heart. Quanto mais o Dio cantava, melhor eu me sentia. Morfina sonora.

Eu nunca gostei muito da humanidade de forma geral, mas era muito facil amar o Dio, porque ele nao era humano. O Dio era uma entidade, um simbolo da força que a Musica tem. E o que mais me fascinava era a forma como ele ia totalmente contra o esteriotipo do "roqueiro". Ele nao enchia a cara, nao fumava, nao fazia orgias (ele e a Wendy eram inseparaveis), nem sequer gostava que sua banda aprontasse em epoca de tour. Profissional ao extremo, manteve a integridade de sua voz e de sua performance artistica até o fim. Ele nao usava o pretexto de amor à Musica pra viver como um moleque. Ele era um homem que realmente amava a Musica, que realmente estudou Musica, que levava muito a sério sua carreira musical.

Eu nao fico triste com a morte porque nao acredito em fim. Nao acredito que a morte seja ruim. Acredito que deva ser uma celebraçao, que signifique reencontro, e nao despedida. O que me deixa triste é nao ter a certeza de que ele sabia o quanto fez a diferença na minha vida e na vida de muita gente. Um cara tao brilhante que, como diria Marcelo Nova, influenciou até quem não sabe que foi influenciado. Um DEUS.
Triste pra quem fica, nunca pra quem vai.
RIP.




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