Ouvi o novo Cd do Accept, Blood of the Nations. Já vou dar a dica logo na primeira frase, é maravilhoso. Puro Metal anos 80, puro Accept. Clássico, vigoroso, criativo. Maravilhoso.
Eu era adolescente quando conheci o Accept, em 1985, quando foram lançados aqui, simultâneamente, os discos Restless and Wild e Balls to the Wall. Ambos excelentes, mas BttW logo se tornou um dos meus favoritos de todos os tempos, tanto pelas músicas matadoras, com guitarras fortes, bem tocadas, timbres diferenciados, melodias criativas e vocais marcantes cantando letras de altissima qualidade. Poesias. Poemas. Trovas. Histórias. Parecia que Roger Waters tinha escrito o disco junto com Neil Peart! Que história fantástica a de "losing more than you ever had". Como não simpatizar com o pobre coitado, acuado pelo rival, um maluco armado com uma espada (!!) se achando um Highlander !!!! E qual adolescente em 1985 não se sentia como o tolo de "losers and winners", sem saber o que falar pra menina mais linda da turma? Quem não tinha vontade de ser da gang de "london leatherboys". Ou participar da revolução em "balls to the wall" ? O Accept fez história e marcou quem o ouviu naquela época.
E foi com grande expectativa que esperavamos pelos albuns seguintes...Metal Heart e Russian Roulette foram bons, mas logo depois Udo partiu. E mesmo quando retornou, algo não fluiu, não funcionou, as coisas já não eram as mesmas..Nem Udo, em sua nova banda, conseguiu recuperar aquele clima. O Accept caiu no esquecimento e restou somente o saudosismo nas audições dos clássicos 4 albuns citados.
E então a banda anunciou um retorno em 2009 com novo vocalista....bah, quantos já fizeram isto, atrás de uns trocados a mais...pra não oferecer nada em troca, além de outra decepção...
Mas Blood of the Nations decepcionou a decepção. O disco é muito bom, na linha do clássico Accept dos anos 80, músicas com solos fortes, refrões em coro e os tradicionais "ohhh ohhh ohhhs". Wolf Hoffman continua um mestre, solando magnificamente, construindo riffs matadores. E Mark Tornillo é um vocalista que não tenta imitar Udo, tem um timbre de voz próximo, porém busca colocar a própria identidade, muito bem sucedido. Pelas fotos, parece ter a mesma faixa de idade dos demais, o que é bom para a banda.
Em resumo, mais uma grata surpresa deste ano, junto com o Ratt, outro grande retorno. Vale a pena ter na coleção, sem dúvida.
Accept:
Mark Tornillo - vocal
Wolf Hoffmann - guitarra
Herman Frank - guitarra
Peter Baltes - baixo
Stefan Schwarzmann - bateria
Accept:
Mark Tornillo - vocal
Wolf Hoffmann - guitarra
Herman Frank - guitarra
Peter Baltes - baixo
Stefan Schwarzmann - bateria